01 maio 2010

Foge Foge Bandido

Olá - disse ele da forma mais entusiasmada possível de ser demonstrada.
Ah..olá! - respondeu friamente aquela que já há muito tempo ocupa o seu coração, a sua mente, os seus sonhos enquanto olhou por breves segundos para o doce rapaz de blusão azul.
Mas que fiz eu de errado? - questionou-se - Tem sido sempre assim desde aquela estranha tarde em que fomos apresentados pelo meu irmão mais velho.
Caminhou até casa sempre matutando no mesmo, ainda que o tempo gasto na procura de respostas para tão frias reacções por parte dela fosse, definitivamente, tempo muito mal gasto.
Em frente à simplória casa pintada com um fresco branco, onde já são notórias as marcas da infinita passagem das folhas do calendário, e após ter visto a correspondência, que rapidamente se mostrou inexistente, na caixa de correio encarnada, procurou as chaves de casa.
Estas, que demoraram a ser encontradas devido à visível confusão em que a mochila desgastada se encontra, estão unidas por um pequeno porta-chaves que contém uma estrela do mar, encontrada há uns belos anos atrás pelo seu falecido avô Joaquim numa praia algures no Norte do país.
Abriu a porta, pousou a mochila e subiu apressadamente as escadas evitando falar com a sua mãe que no momento da sua chegada estava no hall de entrada, junto a uma mesa redonda, a falar ao telefone sobre um determinado assunto relacionado com a sua modesta loja na baixa de Coimbra.
- Dê-me um segundo, por favor. - pousou o telefone - Luís! Luís.....LUÍS!!
Uma pequena voz quase abafada respondeu de modo breve:
-Mãe...agora não!
Fechou a porta do quarto. Não a trancou pois sabia que ninguém iria invadir o seu pequeno espaço sem a sua autorização, fosse qual fosse o motivo.
Ligou o seu computador, aquele que era do seu irmão mais velho. Não sei porquê, mas existe uma certa tendência para os irmão mais novos ficaram sempre com os ditos restos. Mas ele não se importava.
Abriu um página web e nela inseriu um estranho endereço. A página abriu. O conteúdo assemelhava-se a um blog mas nunca cheguei a confirmar esta minha suposição. Com certeza, apenas posso enunciar as palavras que naquele pequeno texto se podiam ler.
"Hoje foi o fim? Hoje foi o início? Acabou ou começou, não sei. Mas sinceramente tanto faz...apenas quero é continuar"

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