01 maio 2010
- Olá, tudo bem?
E repentinamente ficou mais vermelha que um tomate, como se as suas bochechas tivessem sido afectadas por um fogo intenso.
Ele nada disse, apenas sorriu timidamente. Detentor de uma beleza divina conseguiu, sem qualquer intenção, fazer com que as suas pernas cambaleassem, como se de um momento para o outro o seu equilíbrio tivesse abandonado todo o seu corpo, como se de um fugitivo se tratasse.
Rebobina o momento infinitas vezes somente porque a faz sorrir. Já há muito não se sentia assim, tão leve.
O episódio volta a acontecer, mais uma vez, mas apenas na sua cabeça. Parece real, como se o estivesse a viver enquanto relembra. Já passaram meses mas continua tudo nítido.
Pé ante pé caminhava sobre a calçada. Naquele final de tarde, tudo estava notoriamente normal e assim continuaria se ele não tivesse surgido no seu anglo de visão. Um aperto na barriga tomou posse dela e, sem o controlar, continuou a avançar como quem tenta manter a naturalidade da situação, para não dar muito nas vistas.
Ele ficava cada vez mais perto e o seu nervosismo aumentava consideravelmente. Ela olhou-o e umas palavras não pensadas saíram subitamente da sua boca. Palavras não, talvez ruídos que dificilmente foram entendidos.
Ele retribuiu o olhar e respondeu delicadamente a tais palavras, com o ar mais tímido e fascinante do mundo.
Ela quase caiu ao descer as escadas. Foi tudo tão repentino mas também demasiado lento, como se o efeito câmara-lenta estivesse patente naquele episódio, que todos os dias lhe surge na mente, de olhos fechados, de olhos abertos.
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